

Entre eu e mim, há vastidões sem fim Para navegar entre sonhos desfeitos. Descem pelo tempo as bolhas das ilusões Que espoucam sem cessar as esperanças E nesta correnteza em que o barco despenca Só recebo cinzas no final das danças. Agora sobre a existência que contemplo Percebo só como virtude a tolerância Ao abandono da felicidade e da beleza. Oh! Meu Deus, como a vida me parece vã Como uma pena errante que flutua ao vento E cai, em qualquer canto, sem ruído ou lamento Sem se importar com o hoje ou o amanhã.