quinta-feira, 26 de abril de 2007

Releitura da máscara


Lembro dos meus esforços infantis

Para entender os olhos negros da máscara, dilatados,

E, como o rosto, cercados de frisos verdes,

Que pareciam um longo cipó...

Havia também os disformes lábios vermelhos,

Carnudos, grandes, sempre fechados, silenciosos.

O nariz dominante, um tronco central,

Do qual emanava a impressão de que fingisse estar imóvel e só.

Intrigante era a aranha solar, com suas múltiplas pernas,

Que se dizia que, de noite, saía para pegar quem mentia.

Era uma máscara estranha, bela, incompreensível e viva.

Muito depois, quando adulto procurei-a inutilmente,

Tentando decifrar o seu significado

Descobri, de repente,

Que se tratava apenas de arte,

Incompleta, desigual, mutável

Como a vida.

8 comentários:

Angela Ursa disse...

Lia e Silvio, tem um destaque para vocês lá na Floresta! Beijos da Ursa :))

Embryotic SouL disse...

OLá!
Venho agradecer, as ternas palavras no meu mundo deixadas. São bem-vindos. Divaguei nestes pensamentos, diferente e sábia visão da arte e da própria vida.

Abraço Sentido

Anônimo disse...

É isso ... arte!
Beijinhossss

Dawa disse...

Olá! Adorei o novo blog.:D
Vou voltar para ler com mais atenção.
Mil beijos! :D

Joaquim Amândio Santos disse...

"o que nos ilumina jamais poderá ser o que nos consome.
aconchega-nos no calor do sentimento.
não nos reduz a cinza com o inferno da posse!"

Kristal disse...

Um beijo kristalino!

Angela Ursa disse...

Lia e Silvio, esse tipo de máscara que lembra as carrancas é usada para afastar as más energias :)) Beijos da Ursa

encanto/elisabete disse...

Adoro máscaras!!!




Powered By Blogger

O encontro da Imagem com a Palavra.

Minha foto
A fotografia interagindo com a poesia...num encontro triunfal.